Méliuz dobra reserva em Bitcoin e se torna a maior detentora corporativa da América Latina

Samuels Baravks
Samuels Baravks

A empresa brasileira Méliuz surpreendeu o mercado ao anunciar uma nova aquisição expressiva de Bitcoin, consolidando sua estratégia de se tornar uma Bitcoin Treasury Company. Com a compra de 275,43 novas unidades de Bitcoin ao custo de R$ 157 milhões, a companhia praticamente dobrou sua posição em criptoativos, atingindo um total de 595,67 bitcoins. Essa movimentação posiciona a Méliuz como a maior detentora corporativa de Bitcoin da América Latina e a 36ª no ranking mundial entre empresas listadas.

A aquisição foi viabilizada após a conclusão de uma oferta subsequente de ações que movimentou mais de R$ 180 milhões. A operação foi estrategicamente pensada para reforçar o caixa em Bitcoin, que agora está avaliado em cerca de R$ 331 milhões com base na cotação atual da criptomoeda. Essa estratégia segue o modelo adotado por grandes empresas globais, como a americana Strategy, que utilizam a compra de Bitcoin como pilar central de sua política de tesouraria e proteção patrimonial.

Segundo a Méliuz, os indicadores de desempenho da estratégia Bitcoin demonstram a eficácia da alocação. O BTC Yield, que representa o crescimento do volume de Bitcoin por ação, subiu 44% em apenas 36 dias. Nesse mesmo período, o BTC Gain – ganho absoluto em número de bitcoins – foi de 140,5 unidades, enquanto o impacto em dólar (BTC US$ Gain) somou cerca de US$ 14,52 milhões, evidenciando os resultados financeiros significativos gerados pela exposição ao ativo digital.

A relação entre o valor de mercado da Méliuz e o valor de suas reservas em Bitcoin, o chamado múltiplo mNAV, está atualmente em 2,16. Isso significa que o valor de mercado da companhia é pouco mais que o dobro do valor de seus ativos em Bitcoin. De acordo com projeções internas, esse múltiplo poderá ser ajustado em até dois meses e meio se o ritmo atual de compras for mantido, reduzindo ainda mais a diferença entre valor real e percepção de mercado.

Enquanto isso, a valorização das ações da Méliuz reflete a confiança dos investidores na estratégia voltada ao Bitcoin. Desde o início do movimento, em março de 2025, os papéis da empresa já acumulam alta superior a 100%, resultado impulsionado tanto pelo crescimento da reserva de Bitcoin quanto pelos bons resultados operacionais. Na última semana, mesmo com o recuo de 0,57% nas ações, a valorização acumulada segue forte, mesmo diante do ambiente geopolítico conturbado.

Além do Bitcoin, a empresa também mostrou robustez em suas operações convencionais. Um relatório recente do banco Morgan Stanley apontou que a receita da Méliuz cresceu 22% no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o comércio eletrônico nacional e para a atuação internacional através da plataforma Picodi. O EBITDA ajustado da empresa triplicou na comparação anual, reforçando que a estratégia de diversificação aliada ao investimento em Bitcoin está surtindo efeitos positivos.

A consolidação da Méliuz como a maior detentora corporativa de Bitcoin da América Latina representa um marco para o setor de tecnologia e finanças no Brasil. A escolha por se posicionar de forma agressiva no mercado de criptoativos coloca a empresa em destaque entre os investidores institucionais, mostrando que a adoção do Bitcoin como ativo de tesouraria pode ser uma alternativa estratégica viável, mesmo em mercados emergentes.

O posicionamento da Méliuz no mercado de Bitcoin pode representar uma virada de chave no ecossistema corporativo da região. Empresas que antes viam o ativo com desconfiança passam agora a estudar modelos de adoção parecidos. Com a confiança do mercado, o bom desempenho operacional e o avanço da sua política de tesouraria baseada em criptoativos, a Méliuz consolida sua imagem de pioneira e sinaliza que o Bitcoin pode, sim, ser uma alternativa de crescimento sustentável para empresas listadas em bolsa.

Autor: Samuels Baravks

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